Dos saltos com os pés descalços em Abreu e Lima, região metropolitana de Recife, Keila Costa chega a Pequim para disputar sua segunda Olimpíada. Aos 25 anos, é a chance de mostrar que o mau desempenho em Atenas não passou de um acidente e que ela está pronta para garantir um bom resultado em Pequim.
A pernambucana despontou no cenário nacional ao conquistar o terceiro lugar no Campeonato Mundial Júnior, na Jamaica, em 2002. No ano seguinte, Keila não foi ao Pan-Americano de Santo Domingo, na República Dominicana, por conta de uma fratura na tíbia esquerda.
Em 2004, ela disputou os Jogos Olímpicos de Atenas, mas não foi bem. Com pouca experiência, terminou apenas na 31ª posição dentre os 38 competidores. Lá, conheceu o panamenho Irving Saladino, um dos melhores do mundo no salto em distância e favorito ao ouro em Pequim, com quem se casou anos mais tarde. Atualmente eles treinam juntos no Brasil.
Canhota de molho
As seguidas contusões na perna esquerda obrigaram Keila a mudar o posicionamento nos saltos, e trocar a perna com a qual saltava. Depois de muito treino para adaptar-se à nova condição, conquistou o primeiro lugar no salto em distância no Campeonato Ibero-Americano, realizado em maio de 2006.
Já em 2007, nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, a pernambucana subiu duas vezes ao pódio. Keila conquistou duas medalhas de prata nos saltos em distância e triplo.
A confirmação para a Olimpíada de Pequim aconteceu no dia 14 de maio, no Grande Prêmio de Fortaleza, depois de um salto em distância de 6,65m.
No final de junho, porém, Keila não disputou o Troféu Brasil, última chance para conseguir o índice também no salto triplo, em função de uma contusão no tendão patelar do joelho direito.