Evandro Teixeira/COB

Robert Scheidt

Robert Scheidt, considerado um dos maiores atletas olímpicos brasileiros de todos os tempos, chega aos Jogos de Pequim como um estreante. Será a primeira vez que o velejador não disputa uma Olimpíada pela classe Laser. Desta vez, ele está na Star, acompanhado do proeiro Bruno Prada.

Scheidt coleciona mais de cem títulos na carreira. Entre eles, estão três Pan-Americanos, oito campeonatos mundiais, dois ouros olímpicos - um em Atlanta 1996 e outro, em Atenas 2004 – e uma medalha de prata em Sidney 2000.

Pela classe Star, que utiliza uma embarcação maior e com um tripulante a mais, Scheidt já liderou o ranking da Isaf (Federação Internacional de Vela) em 2006, e foi vice-campeão de um Mundial disputado nos Estados Unidos no mesmo ano em sua estréia ao lado de Prada.

Pulo a bordo

A vaga na categoria ficou aberta quando Torben Grael, maior conquistador de medalhas olímpicas no planeta, aportou o casco e abandonou os Jogos.

A última conquista de Grael foi em Atenas 2004, ao lado de Marcelo Ferreira. Depois disso, foi convidado a liderar um time rico da Europa em uma missão que já havia completado: dar a volta ao mundo.

Em 2007, com o proeiro, Scheidt venceu o Mundial de Portugal, em Cascais, que foi a primeira seletiva da vela para a Olimpíada.

A dupla, porém, ficou com o bronze no Campeonato Mundial disputado nos Estados Unidos em abril de 2008, na Baía de Biscayne.

Marinheiro de primeira viagem

O atleta começou a velejar aos nove anos, estimulado por seu pai, Cláudio Bickar, na represa de Guarapiranga (SP) e em Ilhabela, no litoral norte paulista.

Em 1991, o velejador ganhou seu primeiro grande título ao sagrar-se campeão mundial júnior em águas escocesas. A conquista lhe deu confiança para vencer o mundial adulto em 1995, abraçado no litoral da Espanha.

Nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, Scheidt será o porta-bandeira brasileiro na cerimônia de abertura.

Águas perigosas

Preocupado com as condições que enfrentará para singrar os mares da costa de Qingdao, o velejador encomendou um novo projeto de Star a um estaleiro italiano.

Entre as modificações, o leme e a quilha devem ajudá-lo a minimizar as dificuldades do Mar Amarelo, como os ventos irregulares e a forte correnteza.