Terra/Reinaldo Marques

Fabiana Murer

Com a segunda melhor marca de 2008, Fabiana Murer tem tudo para brigar por medalha nos Jogos Olímpicos de Pequim e fazer história em uma modalidade com pouca tradição no Brasil: o salto com vara.

Ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro e terceiro lugar no Mundial indoor de Valência, na Espanha, ambos em 2007, a saltadora pode se tornar a primeira brasileira a conquistar uma medalha olímpica no atletismo. Em sua primeira participação nos Jogos, a atleta se considera no auge da carreira.

Fabiana, 27 anos, é natural de Campinas (SP). No final da adolescência, em 1998, a atleta praticava ginástica, mas decidiu abandonar a modalidade para se dedicar ao salto com vara, pois acreditava que seria muito difícil competir em alto nível como ginasta.

Em 2000, no Mundial Júnior disputado em Santiago, no Chile, já conseguiu um respeitável décimo lugar no salto com vara. No ano seguinte, a brasileira chamou a atenção do ucraniano Vitaly Petrov, ex-técnico de Sergei Bubka, atleta que quebrou 35 vezes o recorde mundial na modalidade.

Fabiana então passou a ser orientada pelo ucraniano, enquanto o brasileiro Élson Miranda de Souza continuava a treiná-la no Brasil.

Anos mais tarde, embora tenha chegado perto, Fabiana não conquistou o índice para o Pan-Americano de Santo Domingo nem para os Jogos Olímpicos de Atenas 2004. A atleta passava por um processo de adaptação e aprimoramento das técnicas de salto, implantado em seu treinamento por Petrov. Foi em 2006 que Fabiana Murer voltou a chamar a atenção das adversárias e da crítica esportiva. Em agosto daquele ano, no Super GP de Mônaco, a brasileira bateu em 10cm o recorde sul-americano. Cinco dias depois, a atleta repetiu o feito no GP de Bruxelas e saltou os mesmos 4,66m. No mês seguinte, ela ainda conseguiu a segunda colocação na Copa do Mundo de atletismo, realizada em Atenas, na Grécia.

Recordista

Em 2007, a campineira conquistou o reconhecimento do público brasileiro ao realizar uma bela exibição no Pan-Americano do Rio de Janeiro. Com o ouro já garantido, ela tentou superar seu próprio recorde e colocou o sarrafo em 4,68m. Mesmo com o apoio de milhares de pessoas que estavam presentes no Estádio João Havelange, a atleta não conseguiu estabelecer o novo recorde sul-americano, mas garantiu o ouro ao alcançar 4,60 m e definir uma nova marca pan-americana. No ano olímpico, Fabiana conseguiu uma nova quebra de recorde sul-americano no Troféu Brasil, em São Paulo, quando saltou 4,80m. Em 2008, a marca só não é melhor que a da norte-americana Jennifer Stuczynski, com 4,90m.

Além de Stuczynski, Fabiana briga por medalhas em Pequim com a amiga e companheira de treinos Yelena Isinbayeva. A russa é a atual recordista mundial, saltando 5,01m.